quarta-feira, dezembro 19, 2007


... sabe bem estar de volta...

domingo, novembro 18, 2007

quarta-feira, novembro 07, 2007

O peso dos dias


A vida costuma mudar às segundas! Quando se muda de emprego, na sua grande maioria, começa-se a trabalhar a uma segunda-feira, as dietas, invariavelmente e para alívio da nossa consciência, são adiadas para esse dia da semana. O ginásio é adiado para a próxima segunda (mas ainda não percebi de que mês). Por outro lado, parece que a melhor parte da semana começa às sextas-feiras, o descanso, as férias, o convívio, o prazer de poder dormir até tarde no dia a seguir e não ter que obedecer à rotina.
Está, ainda, estatisticamente comprovado que o domingo é um dia estúpido, isto porque, é aquele dia que acordamos com nostalgia do que ficou para trás e com o desconsolo do que está por vir. O retrato desta apática indefinição do ser humano pode ser comparada, no meu entender, com o deambular, sem um rumo específico, de um lagarto sem cores.

Isto tudo para me questionar se te conseguirei ver a um domingo. Depois da carga que este dia transborda sobre o meu estado de espírito, não será meio caminho andado para que os meus e os teus planos saiam furados?


segunda-feira, novembro 05, 2007

A criança que não queria falar


A criança que não queria falar
é o título do livro que retrata a relação entre uma criança e uma professora de ensino especial. Esta criança tem uma vida caracterizada por uma série de problemáticas, tais como, o abuso sexual, negligência por parte dos progenitores e o facto de pertencer a um contexto sócio-económico bastante precário. Os laços afectivos que estabelece com esta profissionais vão alterar, significativamente a forma como se relaciona com o mundo exterior.
Este livro não é nenhuma obra prima em termos literários, mas aconselho a todos aqueles que partilham o gosto pelas questões da área social.


Torey Hayden nasceu em 1951, nos EUA. Possui formação e uma longa experiência nas áreas da psicologia e educação e tem trabalhado sobretudo no ensino especial. A partir de 1979 começou a escrever as suas experiências como educadora, que deram origem a vários bestsellers.

in http://www.torey-hayden.com


quinta-feira, novembro 01, 2007

O meu primeiro do Agualusa


Uma agradável surpresa... As malhas e histórias de vida que se tecem à volta de novas identidades. Mas porque é que as procuramos?

"Félix Ventura escolheu um estranho ofício: vende passados falsos. Os seus clientes, prósperos empresários, políticos, generais, enfim, a emergente burguesia angolana, têm o futuro assegurado. Falta-lhes, porém, um bom passado. Félix fabrica-lhes uma genealogia de luxo, memórias felizes, consegue-lhes os retratos dos ancestrais ilustres. A vida corre-lhe bem. Uma noite entra-lhe em casa, em Luanda, um misterioso estrangeiro à procura de uma identidade angolana. E então, numa vertigem, o passado irrompe pelo presente e o impossível começa a acontecer. Sátira feroz, mas divertida e bem humorada, à actual sociedade angolana, O Vendedor de Passados é também (ou principalmente) uma reflexão sobre a construção da memória e os seus equívocos."


quarta-feira, outubro 31, 2007

Submissão


encontrei este excerto, entre os meus papéis, preso no meu caderno de anotações. Não faço a mais pequena ideia de onde tenha vindo...

"o poder que mantém as pessoas impotentes existe apenas na sua própria submissão", página 23

domingo, outubro 28, 2007

Teoria dos seis graus de separação



A Teoria do Mundo Pequeno ou dos Seis Graus de Separação, foi proposta a partir do estudo cientifico de Standley Milgram.

A partir deste estudo, criou-se o mito de que, no mundo, são necessárias no máximo seis laços de amizade para que duas pessoas quaisquer estejam ligadas. No estudo, feito nos Estados Unidos, procurou-se, através do envio de cartas, identificar o números de laços de conhecimento pessoal existente entre duas pessoas ao acaso. Cada pessoa recebia uma carta identificando a pessoa alvo e deveria enviar uma nova carta para a pessoa identificada, caso a conhecesse, ou para uma pessoa qualquer de suas relações que tivesse maior probabilidade de conhecer a pessoa alvo. A pessoa alvo, ao receber a carta, deveria enviar uma carta para os responsáveis pelo estudo.

in http://pt.wikipedia.org/wiki/Seis_graus_de_separa%C3%A7%C3%A3o


sábado, outubro 27, 2007


"Não basta ensinar ao homem uma especialidade, porque se tornará assim uma máquina utilizável e não uma personalidade. É necessário que adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto"
Einstein

sábado, outubro 13, 2007

Ain't No Sunshine



Esta música não me sai da cabeça...

domingo, setembro 30, 2007

Little Miss Sunshine

Sem dúvida que, um dos melhores dos últimos tempos.

quarta-feira, setembro 26, 2007

Porque sim!

domingo, setembro 02, 2007

Livros


E já que estou numa de cultura, os livros que mais gostei...

1. A Identidade - Milan Kundera
2. Ensaio Sobre a Cegueira - José Saramago
3. As Vinhas da Ira - John Steinbeck
4. A Pérola - John Steinbeck
5. A Um Deus Desconhecido - John Steinbeck
6. A Metamorfose - Franz Kafka
7. O Velho e o Mar - Ernest Hemingway
8. A Vida e o Tempo de Michael K. - J. M. Coetzee
9. O Perfume - Patrick Suskind

segunda-feira, agosto 13, 2007

Cinema



Rodrigo Leão inspirou-se nas seguintes obras cinematografias para a composição do seu álbum “Cinema”:

01. Cinema
02. Rosa
03. Lonely Carousel
04. A comédia de Deus
05. Jeux D’amour
06. Memórias
07. A Cidade Queimada
08. Deep Blue
09. Uma história simples
10. Hapiness
11. O Último Adeus
12. La Fête
13. A Estrada
14. L’inspecteur
15. António


O alinhamento do meu álbum seria composto pelos filmes que mais me têm emocionado e tocado ao longo da minha existência. Confesso, que o impacto que estes têm sobre mim, depende muito da minha sensibilidade naquele específico momento. A escolha foi difícil:

01. Cinema Paradiso
02. Le Fabuleux Destin D’Amélie Poulain
03. Lost in Translation
04. Primavera, Verão, Outono, Inverno… E Primavera
05. The Shawshank Redemption
06. Cidade de Deus
07. Out of Africa
08. One Flew Over the Cuckoo’s Nest
09. The Elephant Man
10. The English Patient
11. American Beauty
12. Hable com ella
13. Mar Adentro
14. Dancer in the Dark
15. Babel

quarta-feira, agosto 08, 2007

A minha Nuvem

O Principezinho partiu. Tu reduziste-te à contemplação das estrelas durante as límpidas noites e sussurro do seu brilho. A tua história, por momentos, fez-me recordar, com saudades, a minha nuvem. Conhecemo-nos na praia, não poderia ter sido noutro local, bem sabes que é onde eu pertenço, é a minha casa. Conversámos, viajámos e partilhámos os nossos segredos. A nossa ligação afectiva foi de tal forma que, por momentos, pensei que éramos uma só entidade.A entrega foi total, mas quando a minha nuvem partiu fiquei desolada e senti-me triste, parecia que um pedaço de mim também tinha sido levada por aquela brisa salgada.
Mais tarde, nem os teus braços consoladores me confortaram.
Em mim, restou apenas o sabor a sal num local desconhecido.


sexta-feira, agosto 03, 2007

"Desinspirado"

Procuro uma pessoa sem inspiração. Uma pessoa sem ideias. Que erre caminhante entre o Chiado à Baixa Pombalina, sem que um único pensamento lhe passe pela alma.

quarta-feira, agosto 01, 2007

sexta-feira, julho 27, 2007

O Principezinho


" - Tenho uma vida terrivelmente monótona. Eu caço galinhas e os homens caçam-me a mim. As galinhas são todas parecidas umas com as outras e os homens são todos parecidos uns com os outros. Por isso, às vezes, aborreço-me muito. Mas, se tu me cativares, a minha vida fica cheia de sol. Fico a conhecer uns passos diferentes de todos os outros passos. Os outros passos fazem-me fugir para debaixo da terra. Os teus hão-de chamar-me para fora da toca, como uma música. E depois, repara! Estás a ver aqueles campos de trigo ali adiante? Eu não gosto de pão e, por isso, o trigo não me serve para nada. Os campos de trigo não me fazem lembrar nada. E é uma triste coisa! Mas os teus cabelos são da cor do ouro. Então, quando tu me tiveres cativado, vai ser maravilhoso! O trigo é dourado e há-de fazer-me lembrar de ti. E hei-de gostar do som do vento a bater no trigo..."

in O Principezinho de Antoine De Saint-Exupéry

segunda-feira, julho 16, 2007

sweet lips


Os teus lábios envolveram a minha noite e o teu hálito sussurrou-me doces palavras de encantar. Acordei com saudades tuas.

domingo, julho 15, 2007

Concerto dos Arcade Fire



Para os que, tal como eu, não tiveram a oportunidade de se deslocar ao Parque Tejo no passado dia 3 de Julho para ver os Arcade Fire, encontram-se disponibilizados alguns momentos do concerto no seguinte blog:

http://youcloseyoureyes.blogspot.com/

(obrigada Tiago)

sábado, junho 30, 2007

Route 66 / Estrada 66

Mais um autor que relata as aventuras da Route 66, desta vez John Steinbeck em As Vinhas da Ira. (livro publicado em 1939):


" A estrada 66 é a rota principal das populações em êxodo. A estrada 66 - a longa faixa de cimento que corta as terras, ondulando para cima e para baixo, no mapa, de Mississipi a Bakersfield - atravessa as terras vermelhas e as terras pardas, galga as elevações, cruza as Montanhas Rochosas, penetra no luminoso e terrificante deserto e, cruzando este, torna a entrar nas regiões montanhosas até alcançar os férteis vales da Califórnia.
A 66 é o caminho de um povo em fuga, a estrada dos refugiados das terras da poeira e do pavor, do trovejar dos tractores, dos proprietários assustados com a invasão lenta do deserto pelas bandas do norte e com os ventos que vêm ululando aos remoinhos do lado do Texas, com as inundações que não traziam benefícios às terras e ainda acabavam com o pouco de bom que ainda possuíam. De tudo isso os homens fugiam e encontravam-se na estrada 66, vindos dos caminhos tributários e das estradas sulcadas de calhas e de marcas fundas de rodas, que cortavam todo o interior. A 66 é a estrada-mãe, a estrada do êxodo. "

quinta-feira, junho 28, 2007

E assim passa mais um dia...



A noite finaliza da mesma forma que a tarde inicia. Talvez um pouco mais nostálgica...

segunda-feira, junho 25, 2007

Crónica do Pássaro de Corda










Toru Okada, eu procurava-te diariamente pois também me sentia um pouco perdida. Identifiquei-me contigo e, talvez por isso me sentisse tão perto de ti. Parecia que a nossa distância, apesar das vivências e mundos tão dissemelhantes, não tinham qualquer importância naquela altura pois, bem sei que a ambos pertenciam o mesmo tipo de problemas e que suscitavam os mesmos sentimentos.

Também eu saí de casa em busca do que não tinha, também eu falei com estranhos e acreditei neles pois, pensei que me traziam o meu futuro. Também eu me iludi e desiludi com a vida e deixei de conseguir distinguir entre o real e o ilusório.

E os meus Pássaros de Corda também me vinham visitar todas as manhãs…


sexta-feira, junho 22, 2007

Sexta-feira à noite


"Sexta-feira à noite
os homens acariciam o clitóris das esposas
com dedos molhados de saliva.
O mesmo gesto com que todos os dias
contam dinheiro papéis documentos
e folheiam nas revistas
a vida dos seus ídolos.

Sexta-feira à noite
os homens penetram suas esposas
com tédio e pênis.
O mesmo tédio com que todos os dias
enfiam o carro na garagem
o dedo no nariz
e metem a mão no bolso
para coçar o saco.

Sexta-feira à noite
os homens ressonam de borco
enquanto as mulheres no escuro
encaram seu destino
e sonham com o príncipe encantado."

Marina Colasanti

sábado, junho 16, 2007

with you


"With you I felt love
With you I felt the pain
With you I was me
And a bit of you too

Inhaling and being inhaled
In an all or nothing situation

If I tried to say no
My heart said yes
If I tried to disguise it in my voice
My eyes gave me away

And so we became one
In a mad love of so no limits

Had to let"
My love go
To let it go



...recordando os sons do final da minha adolescência, magicamente ritmados e sonoramente doces, os quais têm perdurado ao longo dos anos e que ainda me conseguem deixar em êxtase...

quinta-feira, junho 07, 2007

A culpa



Lembro-me em tempos, ainda em Lisboa e num dos dias do ano em que o sol pouco ou nada aquece, quando os meus dias pareciam demasiadamente longos e as noites friamente curtas, sentir-me culpada por algo que parecia não querer abandonar os meus pensamentos.
Recordo que corri para ele ou talvez não, mas é assim que o evoco. Eu sabia que, eventualmente e mais cedo ou mais tarde, acabaria por desabafar o assunto com ele. Sentei-me cabisbaixa e com o decorrer da conversa fui confessando o sucedido. Ele escutava-me atenciosamente. Por fim, após este desabafo, que não teimava em abandonar os meus pensamentos e pelo qual eu me sentia infinitamente culpada, esperei o seu juízo final e pelas suas palavras recriminatórias.
Ele nada disse. Eu perguntei se ele não iria criticar as minhas acções. Ele respondeu que não, porque não era a entidade divina e errar era humano. Depois, olhou para mim e concluiu que a culpa que eu carregava sobre mim já era mais que suficiente e que seria cruel ele ser mais um a sufocar-me.


sábado, junho 02, 2007

wasting time


"i dont pretend to know what you know
now please dont pretend to know whats on my mind
if we already knew everything that everybody knows
we would have nothing to learn tonight
and we would have nothing to show tonight

but everybody thinks that everybody knows
about everybody else but nobody knows
anything about themselves,
because theyre all worried about everybody else"

Jack Johnson

domingo, maio 27, 2007

Hapiness

My Sugarcubes!

terça-feira, maio 22, 2007

Sim, sou. Sou.


Sim, sou. Sou.
Ao que eu te respondo, é tão difícil escrever, é tão difícil ser…
E tu dizes, a última vez que escrevi, fiquei-me pelas duas linhas.
Bem, eu não questiono que linhas são essas, afinal de contas o meu egocentrismo não está para aturar esse tipo de coisas neste momento.
Ele achou demasiado complicado. Mas o quê? Questiono-me, no entanto não consigo perguntar. A conversa continua e o meu egocentrismo envolve-me de forma puramente egoísta.
Eu falho-lhe do sal, daquele que me escorre por instantes pelo meu rosto.
Ele questiona-me sobre esse sal mas eu dou uma resposta evasiva, porque não o posso fazer de outra forma, é-me demasiadamente pessoal.
Despeço-me dele. Vejo o xadrez e desligo-me do mundo.


segunda-feira, maio 21, 2007

A envolvência do teu mar


O aquário, o aquário, era exactamente aquele aquário, aquele que eu já me tinha afogado várias vezes e no qual, incognitamente e naquela dimensão estranha, acabava sempre por vir ao de cima, talvez morta. Espera – não, não, eu ainda conseguia respirar.
Respirar, era exactamente isso que eu precisava.
Respirar como da primeira vez que vim ao mundo, inspirar o ar e à minha volta e ainda na água, mas não foi sempre assim? A água que me envolveu e me deu o conforto que eu mais precisava. Hoje é tudo tão diferente! Eles deixam-me perder o folgo.
Naquele dia de Verão, eu sentia a água. Tu não te preocupavas, porque conhecias o teu infimamente profundo, e eu lá estava à espera de mais. Eu ouvia-as e sentia-as e tu vibravas com todas elas e juntas vivíamos aquela emoção, que nunca mais me pertenceu. Talvez aconteça quando a outra dimensão nos contemplar, ou talvez não. Serão os nossos pecados demasiado nefastos que não nos deixarão chegar ao fim do mundo?
No fundo, naquele que eu senti conhecer mas na realidade não conheci, contemplando tudo aquilo que perdi durante a tua e a minha ausência e, talvez seja isso que, no final, eu reconheça que me faltou. Abraço-te envolventemente e de forma carinhosa, respiro, sinto aquele cheio da tua brisa, aquela que me faz sentir saudades e sussurro ao teu ouvido, “sempre estive aqui, mesmo quanto tu não me conhecias”…


quinta-feira, maio 17, 2007

Dull Flame of Desire










"I love your eyes, my dear

their splendid, sparkling fire
when suddenly you raise them so
to cast a swift embracing glance


like lightning flashing in the sky
but there's a charm that is greater still:
when my love's eyes are lowered
when all is fired by passions kiss


and through the downcast lashes
I see the dull flame of desire"

Dull Flame of Desire, Volta, Bjork

Palavras para quê???

terça-feira, maio 15, 2007

The Last Kiss


We all make choices.

Have you ever felt uncertain?
Have you ever longed for more?
Have you ever wanted to escape?


"the film seemed to be a natural progression from his role in his acclaimed film "Garden State." "Whereas ‘Garden State' was about being lost and confused in your mid-20s, this film is about being lost and confused as you turn 30. The film is about turning a major corner in your life: settling down and starting a family, while still clutching on to everything that was free, innocent, and fun about being young."

in http://www.lastkissmovie.com/


O filme não é excelente mas dá que pensar. A banda sonora é perfeita (Snow Patrol, Coldplay, Fiona Apple, entre outros) ;)

terça-feira, maio 08, 2007

Chave


Um dia eu vou-te explicar. Um dia eu vou-te contar tudo aquilo que está fechado a cadeado dentro de mim. Um dia, com sorte, vais dar-me a tua chave, a que escondes misteriosamente no bolso das tuas calças e que ainda não sabes para que serve. Sim, um dia vais desvendar os teus e os meus mistérios. Um dia…

sábado, maio 05, 2007


“Everything that irritates us about others can lead us to an understanding of ourselves.”

Carl Jung

sexta-feira, maio 04, 2007

Lilac wine


Acabaram-se as dúvidas, a melhor colheita foi mesmo a de 1978.
A colheita Lilac Wine

quinta-feira, maio 03, 2007

A Fórmula


Olhei em redor, não conseguía descobrir de quem era. Talvez porque ninguém se acusava. Elas estavam sorridentes e as conversas continuavam as mesmas, iguais a tantas outras que em tempos me havia apertado naquele espaço. O chão variava entre o preto e o bordeaux, a mesa redonda de centro combinava com as linhas do sofá. O design estava fantástico e fazia-nos sentir confortáveis. Alguém me perguntou sobre o livro. Eu disse-lhes o título, mas sem grandes esperanças que o fossem ler. Elas diriam que não teriam tempo para esse tipo de leituras. Eu olhei para ela e os seus olhos doces brilhavam.

Não me conseguía concentrar, por mais que tentasse. Ele estava próximo e iria começar com todo o tipo de perguntas. A minha cabeça estava algures que não ali. Aquela fórmula simplesmente não queria fazer parte de mim. Mais uma vez, eu sairia esgotada daquele sítio e com vontade de me isolar ou partir em busca de um lugar distante. Senti que já não o via há muitos anos. Ele olhou para mim e disse, novamente, “a fórmula, vais precisar dela”. Reparei que estava envelhecido e a sua alma tinha algo que eu desconhecia, talvez o mundo que entretanto vivera do qual eu já não fazia parte. Eu sentia-o confuso, esgotado e com um lado bastante obscuro que tentava subtilmente esconder. “A fórmula”, disse ele.

quarta-feira, maio 02, 2007

lean


"Oh, all that I know,
There's nothing here to run from,
'Cause yeah everybody here's got somebody to lean on."

segunda-feira, abril 23, 2007

Sonhos


Esperei o que não existia,
Deslumbrou-me o que, à partida, pensei ser inócuo,
Chorei pelos sonhos impossíveis e,
Tentei explicar o inexplicável.

terça-feira, abril 17, 2007

segunda-feira, abril 16, 2007

Janela

Nessa janela sem alma, vejo-o sentado impaciente.
Tento subir para o alcançar, de alguma maneira,
Mas depois reparo que não existe uma escada, nem uma porta de entrada.
A janela está suspensa no ar, como se de um quadro surrealista se tratasse.

Ele diz-me que há sempre uma forma de descer, quando há vontade…
Mas eu há muito que não acredito.

Descer. Descer. Descer até fundo.
A descer como se fossemos para lado nenhum.
E olhava-me, a pedir que eu subisse.
Um passo, dois, três.
Juntar-me a ele naquela janela sem alma.
Os dois, sozinhos, finalmente alcançados.
Os dois, finalmente.
Sem descer.
Só os dois.

escrito por Violet e autor desconhecido

quinta-feira, abril 12, 2007

Diários da Motocicleta

Este filme dá-nos um Guevara bastante diferente do que estamos habituados a pensar ou a recordar, aqui deparamo-nos com um outro lado do Che, aquele que se dedica às questões médicas e sociais com grande empenho e sensibilidade. Foi através desta viagem, deparando-se com as realidades cruas e brutas dos seus vizinhos Chilenos e Peruanos, que Guevara reflecte sobre os problemas sociais que naquele momento afectavam a América do Sul, nomeadamente sobre as desigualdades sociais e as realidades de vidas cruéis dessas pessoas. Esta viagem marca, definitivamente o seu percurso ideológico e político.

Este filme tem como pano de fundo as maravilhosas e sublimes paisagens da América do Sul, como a cidade de Buenos Aires e Bariloche (Argentina), Temuco, o deserto de Atacama, Valparaíso e Iquitos e Machu Pichu (Peru), o que nos faz querer deixar tudo para trás e partir em busca de novas realidades.











Por momentos identifiquei-me com algumas cenas do filme. Também eu costumo chegar de mochila às costas, desconhecemos completamente a cidade e as pessoas, a cultura, os valores e os sabores, no entanto é a descoberta pelo outro, com uma cultura própria e forma de vida diferente que eu mais valorizo nas minhas viagens.

É este encontro que me faz respeitar ainda mais o próximo e compreendê-lo, saborear cada momento e cada acção. É a partilha da nossa compreensão e compaixão mútua que se torna tão bonito nestas viagens. Este é um momento de aprendizagem sem igual.




quarta-feira, abril 11, 2007


Horses in my dreams...

quinta-feira, abril 05, 2007

Boy


A pureza do sorriso cessou, ele levantou-se e olhou para mim, mas os seus olhos já não tinham o mesmo brilho. A sua face estava pálida e os seus gestos pareciam não responder aos seus desejos internos. Era difícil para mim senti-lo assim, daquela forma, brutalmente angustiado e atormentado e, por mais que tentasse, não iria conseguir chamar pelos seus demónios, pois ainda tinha a esperança que talvez estes me revelassem algo, coisa que ele nunca iria fazer, mesmo que eu o questionasse.
Pensámos que a sua ferida interna, aos poucos se fosse curando, tentámos dar tempo ao tempo, mas rapidamente concluímos que esse entretanto já havia passado, sem ter feito qualquer diferença e que nada haveria a fazer para apagar a sua dor, angustia e mágoa. Deixei de acreditar numa solução possível, durante algum tempo, vivendo também amargurada com esse pensamento.

domingo, abril 01, 2007

A carta

Lá fora chove intensamente.

Lembra-me o som do rio que passa atrás daquela montanha.

Eu escondo-me debaixo dos meus cobertores, pois tenho medo de ser atingida.

O dia vai estar cinzento, as paredes brancas e os lençóis azuis.

Eu olho em redor…

Hoje o carteiro não vai chegar, porque tem medo da chuva.


quarta-feira, fevereiro 28, 2007

tão simples e verdadeiro...


"Muda de vida se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida, se há vida em ti a latejar

Ver-te sorrir eu nunca te vi
E a cantar, eu nunca te ouvi
Será de ti ou pensas que tens... que ser assim?...

Olha que a vida não, não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver
Olha que a vida não, não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver"

domingo, janeiro 07, 2007

Viajes



"Los viajes son una metáfora, una réplica terrenal del único viaje que de verdade importa: el viaje interior. El viajero peregrino se dirige, más allá del último horizonte, hacia una meta que ya está presente en lo más íntimo de su ser, aunque aún siga oculta a su mirada. Se trata de descobrir esa meta, que equivale a descobrir-se a sí mismo; no se trata de conocer al outro."

Javier Moro

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Babel
















Em Babel os destinos de quatro famílias com culturas dissemelhantes entrecruzam-se. Apesar dos contrastes culturais esta tela tem como pano de fundo e essa sim, é comum aos quatro cantos do mundo, momentos de grande felicidade e de profunda tristeza. Em Marrocos, junto ao Atlas, uma família tenta sobreviver à custa de uma arma para manter afastado os chacais dos ataques ao seu rebanho, em Tóquio uma rapariga surda está em profunda mágoa pelo suicídio da sua mãe e a constante discriminação relativamente à sua deficiência.

Em Babel, tudo parece ser contado de forma simples, mas na realidade há muito para ler nas entrelinhas. A forma como os ocidentais encaram as culturas diferentes há de ser sempre com desconfiança e receio. As próprias armas são percepcionadas de formas diferentes tendo em conta a cultura do país e familiar: como um hobby, de forma festiva e de defesa. A forma de agradecimento da sociedade ocidental será sempre monetária, sem compreenderem o verdadeiro significado da palavra compaixão. E a própria violência que está patente será sempre criticada da mesma forma, pois se por um lado nós, os ocidentais, nos arrepiamos quando um pai em Marrocos bate nos seus filhos como forma de castigo e punição, nos Estados Unidos uma mulher é repatriada após 16 anos para o seu país de origem. Não será este último acto de maior violência? No entanto, é o acto de violência física que condenamos, está-nos no sangue, não há nada a fazer.

terça-feira, janeiro 02, 2007

Babel