segunda-feira, janeiro 30, 2006

Tarde demais



Encontrei-te num desses dias por um acaso e tentei, erradamente, descobri-te e desvendar alguns dos teus mistérios. A tela dos teus segredos, remetia-me para um domingo coberto de suaves tonalidades de sol e de mar mas a minha relação com as cores, nesse passado longínquo, era nula e inexperiente. Nessa altura não sabia apreciar o som do mar nos dias de Inverno.

Esta tua doce sensibilidade que me adoçou e consolou de início foi, com o passar dos dias, atormentando irremediavelmente a minha existência pois não me conseguia abstrair nem libertar dos sentimentos de um final próximo e triste.

Senti que era tarde demais.

segunda-feira, janeiro 23, 2006


"... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."

Miguel Sousa Tavares

quarta-feira, janeiro 18, 2006

"1900 dias depois"




Não há muitas razão para escrever... Há um dia após o outro, preenchido de pensamentos, de conversas banais mas necessárias, de corridas contra o tempo. Acordo num desses dias, “1900 dias depois”... Ou serão 1400? Perdi-me algures no tempo.
Acordo num desses dias, exausta de toda uma noite passada ao sabor de estranhos fragmentos que não me deixam dormir. Encontrava-me algures num mar agitado que chorava. Desconfortada, procurava-te, mas já havias partido. De repente viajei para uma dimensão desconhecida, onde encontro alguém que nunca conheci mas que me confortava com histórias vividas em comum as quais eu desconhecia.