sexta-feira, maio 26, 2006


Parei algures num tempo que persiste em continuar… A escrita tem sido fundamentalmente de carácter científico, pouco tempo me sobra para sonhar e divagar por entre mundos lançados estranhamente ao acaso.

Nas horas vagas, encontro-me com Caeiro e ambos gratificamos o milagre da natureza, ao vermos as plantinhas a romper o solo e a desenvolverem-se. Admiro-o pela sua ingenuidade e ele ensina-me exactamente isso, a aprender a valorizar os aspectos simples da vida.

sexta-feira, maio 12, 2006



Como distingo a realidade dos meus sonhos da ficção do meu quotidiano?

domingo, maio 07, 2006

Inconformismo




Tinha passado alguns meses ao seu lado, talvez anos, o tempo para mim não era o mais importante. Partilhavamos quase tudo, as nossas ideias, os pensamentos mais íntimos, as nossas roupas, a almofada do sono e o nosso estado de tristesa e melancolia ou de alegria e satisfação.

Viviamos felizes ou eu achava que era o mais próximo desse conceito, pois nunca consegui compreender muito bem a concepção dessa palavra.

Mas, conforme os dias passavam, a rotina ia destruindo irremediavelmente a nossa indivisibilidade, ele tinha apanhado alguns dos meus vícios, os quais eu não conseguia suportar em mim própria e muito menos nele. Sim, essa era uma das minhas grandes fraquezas. Passámos a fazer e a gostar das mesmas coisas, sem nunca nenhum de nós evitar os hábitos criados.

Passados anos sem nos vermos resolvi telefonar-lhe. Passei pelo seu escritório, como combinado, mas em vez de ficar à porta do edifício à sua espera, decidi subir. Entrei no seu escritório e reparei que aquelas paredes estavam totalmente preenchidas com fotografias do nosso passado em comum.