sexta-feira, setembro 30, 2005

outonal do Lat. autumnale


Domingo… uma tarde outonal em Lisboa. O céu promete chuva, as folhas amarelas dos plátanos dançam alegremente ao som do vento e as gaivotas gritam incansavelmente adivinhando tempestade no mar. Dirijo-me, atraída pelo seu aroma, para banca do vendedor de castanhas mais próximo. A sua cara não me é estranha, talvez já me tenha cruzado com o mesmo em distinto propósito…Observo os passos apressados em faces tristonhas enquanto me delicio com as quentes e saborosas castanhas. Seguidamente decido abrir a folha que continha as mesmas, na tentativa de encontrar um número, fosse hoje o dia escolhido para encontrar o meu alento… Mas quando a abri encontrei, perdido entre tantos muitos, um número que era o meu…

terça-feira, setembro 27, 2005

morre lentamente...

Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo...

Morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos,
quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece...

Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco
e os pontos sobre os "is"
em detrimento de um redemoinho de emoções
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente
quem não vira a mesa
quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto
para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida
fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente,
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.
Morre lentamente,
quem abandona um projecto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige
um esforço muito maior que o simples facto de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos
um estágio esplêndido de felicidade.

Pablo Neruda

domingo, setembro 25, 2005

Singularidades

E quando o sol não se põe no mar?...

sábado, setembro 24, 2005

Procura-se Liberdade!

Procura-se a liberdade para amar… Procura-se paz… Procura-se a liberdade de expressão…
Condeno todos aqueles que criticam o amor… talvez por medo de o experimentar, criticam os que amam…
Não será mais importante amar em vez de contestar quem se ama?

quarta-feira, setembro 21, 2005

O C4O5 em Nova Orleães

O caos instalou-se na cidade de Nova Orleães. E com ele surgiram as pilhagens, as agressões, os assaltos aos habitantes e as violações a mulheres e raparigas. Eu questiono-me se estas formas de agir são casos de sobrevivência ou seres humanos que regrediram ao seu estado natural?
Em que seres humanos nos tornamos?...

Não consigo deixar de estabelecer um paralelismo entre estes acontecimentos e o livro “Ensaio sobre a Cegueira” de José Saramago. Neste as pessoas são vítimas de uma epidemia e acabam por mostrar, tal como em Nova Orleães, a própria natureza humana perante uma catástrofe.

fotografia retirada de http://www.time.com/time/photoessays/katrinas_toll/6.html

quinta-feira, setembro 15, 2005

Essência...

Por vezes perco partes de mim… soltam-se com o vento, dissolvem-se com a chuva e, durante os dias mais quentes, são levadas pelas ondas do mar. Foi assim que perdi a minha essência… Perdi-a, num desses dias, sem que desse por isso… À noite não consegui adormecer, sentia um qualquer trago amargo na minha boca que não me deixava respirar…

Viagem a Marrocos


O silêncio e a tranquilidade do nascer do sol no deserto...