segunda-feira, abril 23, 2007

Sonhos


Esperei o que não existia,
Deslumbrou-me o que, à partida, pensei ser inócuo,
Chorei pelos sonhos impossíveis e,
Tentei explicar o inexplicável.

terça-feira, abril 17, 2007

segunda-feira, abril 16, 2007

Janela

Nessa janela sem alma, vejo-o sentado impaciente.
Tento subir para o alcançar, de alguma maneira,
Mas depois reparo que não existe uma escada, nem uma porta de entrada.
A janela está suspensa no ar, como se de um quadro surrealista se tratasse.

Ele diz-me que há sempre uma forma de descer, quando há vontade…
Mas eu há muito que não acredito.

Descer. Descer. Descer até fundo.
A descer como se fossemos para lado nenhum.
E olhava-me, a pedir que eu subisse.
Um passo, dois, três.
Juntar-me a ele naquela janela sem alma.
Os dois, sozinhos, finalmente alcançados.
Os dois, finalmente.
Sem descer.
Só os dois.

escrito por Violet e autor desconhecido

quinta-feira, abril 12, 2007

Diários da Motocicleta

Este filme dá-nos um Guevara bastante diferente do que estamos habituados a pensar ou a recordar, aqui deparamo-nos com um outro lado do Che, aquele que se dedica às questões médicas e sociais com grande empenho e sensibilidade. Foi através desta viagem, deparando-se com as realidades cruas e brutas dos seus vizinhos Chilenos e Peruanos, que Guevara reflecte sobre os problemas sociais que naquele momento afectavam a América do Sul, nomeadamente sobre as desigualdades sociais e as realidades de vidas cruéis dessas pessoas. Esta viagem marca, definitivamente o seu percurso ideológico e político.

Este filme tem como pano de fundo as maravilhosas e sublimes paisagens da América do Sul, como a cidade de Buenos Aires e Bariloche (Argentina), Temuco, o deserto de Atacama, Valparaíso e Iquitos e Machu Pichu (Peru), o que nos faz querer deixar tudo para trás e partir em busca de novas realidades.











Por momentos identifiquei-me com algumas cenas do filme. Também eu costumo chegar de mochila às costas, desconhecemos completamente a cidade e as pessoas, a cultura, os valores e os sabores, no entanto é a descoberta pelo outro, com uma cultura própria e forma de vida diferente que eu mais valorizo nas minhas viagens.

É este encontro que me faz respeitar ainda mais o próximo e compreendê-lo, saborear cada momento e cada acção. É a partilha da nossa compreensão e compaixão mútua que se torna tão bonito nestas viagens. Este é um momento de aprendizagem sem igual.




quarta-feira, abril 11, 2007


Horses in my dreams...

quinta-feira, abril 05, 2007

Boy


A pureza do sorriso cessou, ele levantou-se e olhou para mim, mas os seus olhos já não tinham o mesmo brilho. A sua face estava pálida e os seus gestos pareciam não responder aos seus desejos internos. Era difícil para mim senti-lo assim, daquela forma, brutalmente angustiado e atormentado e, por mais que tentasse, não iria conseguir chamar pelos seus demónios, pois ainda tinha a esperança que talvez estes me revelassem algo, coisa que ele nunca iria fazer, mesmo que eu o questionasse.
Pensámos que a sua ferida interna, aos poucos se fosse curando, tentámos dar tempo ao tempo, mas rapidamente concluímos que esse entretanto já havia passado, sem ter feito qualquer diferença e que nada haveria a fazer para apagar a sua dor, angustia e mágoa. Deixei de acreditar numa solução possível, durante algum tempo, vivendo também amargurada com esse pensamento.

domingo, abril 01, 2007

A carta

Lá fora chove intensamente.

Lembra-me o som do rio que passa atrás daquela montanha.

Eu escondo-me debaixo dos meus cobertores, pois tenho medo de ser atingida.

O dia vai estar cinzento, as paredes brancas e os lençóis azuis.

Eu olho em redor…

Hoje o carteiro não vai chegar, porque tem medo da chuva.