quarta-feira, dezembro 20, 2006

August Day Song


Ouvindo a chuva cair
No cinza um brilho aqui
Fico sózinha, distraída
Mesmo tom
Mesmo som
Como é bom, tão bom

Just like this rainstorm
This August day song
I dream of places far beyond

Ouvindo a chuva cair
No pé um pingo aqui
Fico sózinha, tão distraída

Não vou chorar
Quando lembrar
Do seu eterno olhar

Lyrics by Bebel Gilberto, Nina Miranda, Chris Franck

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Casulos


As pessoas, hoje em dia, andam fechadas dentro do seu próprio casulo. Parece que têm receio de sair cá para fora ou talvez estejam demasiado ocupadas para o fazerem. Bem sei que tem estado frio e que se sentem mais quentes e confortáveis dentro dos mesmos. Mas será essa a razão?

É um facto que temos pouco tempo para a nossa vida social. Estamos divididos entre a nossa vida familiar e a nossa vida profissional e pouco tempo nos sobra para tudo o resto.

Eu paro, olho e escuto. O mundo continua a girar, as pressões profissionais hão-de sempre existir, o trânsito para chegar a casa, as contas para pagar, o cano entupido… mas parece que, no meio desta vida agitada que levamos diariamente, deixamos para trás aquilo que de melhor ela nos pode oferecer, o prazer de estar entre amigos, pois são eles que verdadeiramente vivem connosco as nossas alegrias e as nossas tristezas. Não acham?

terça-feira, dezembro 12, 2006

Quando uma porta se fecha, abre-se outra...

quarta-feira, dezembro 06, 2006

diáriofotográfico


Celebridades do meio cultural, artístico e desportivo fotografam o seu dia-a-dia com fins solidários.

http://miau.pt/actividades/inde.jsp

terça-feira, novembro 28, 2006

Lonely Carousel


"And all the time
The world unwinds
I can't deny the way i feel
The truth is lost beyond this lonely carousel
And all these words
They mean nothing at all
Just a cruel remedy
A strange tragedy
Of what will be"

quinta-feira, novembro 23, 2006

Temporalidade


Tenho saudades tuas. Liguei-te há meses mas não fizeste caso, o telefone tocou e não atendeste. Esperei ansiosamente por notícias tuas, mas foi em vão. Esqueceste-me de mim ou, talvez, eu nunca tenha pertencido aos teus pensamentos.
Estranha forma de vivermos, nós os humanos, ao pensarmos que tudo nos pertence quando afinal de contas tudo é efémero e temporário.

sexta-feira, novembro 17, 2006

Nostalgia



do Gr. nostós, regresso + álgos, dor

s. f.,
melancolia, abatimento profundo de tristeza, causado pelas saudades do lar ou da pátria.

Não pelo abatimento profundo de tristeza mas pela antecipação da falta daqueles que me vão deixar saudades.

É assim o meu estado de espírito nos numerosos jantares que ultimamente se têm realizado no meu aconchego...

domingo, novembro 12, 2006

Índia



Viajar, descobrir novos mundos é a minha terapia e é onde costumo encontrar o meu equilíbrio interno.

Li pouco sobre o destino da minha viagem. Desfolhei o livro “Planisfério Pessoal”, do Gonçalo Cadilhe que descreve que na Índia sentiu o verdadeiro choque cultural. Note-se que a Índia foi um dos últimos destinos da sua viagem, à volta ao mundo.

Resolvi, então, não ler mais sobre o assunto e na minha opinião, esta acção reflectiu muito da minha cobardia e receio do desconhecido. Tentei, também, partir sem expectativas sobre esse país que fica no outro lado do mundo.

Quando aterrámos em Bombain não consegui conter as minhas lágrimas. Era tarde, seriam umas duas da manhã, estava um calor abrasador e na viagem do aeroporto até ao hotel eu deparei-me com um cenário nunca visto, milhares de pessoas dormiam no chão da cidade.

Eu também sofri o choque cultural que o Cadilhe tão bem descreve. Esta experiência levou-me a questionar sobre a nossa existência enquanto seres que habitam o mesmo mundo mas que de forma tão diferente o partilham.

Confesso que tive momentos bastante difíceis durante a viagem, mas que valeram no seu todo como uma profunda aprendizagem do meu ser relativamente a uma diferente cultura, religião, de hábitos e valores tão diferentes. É sempre gratificante passar por este tipo de experiências, faz-nos questionar sobre quem somos e o que queremos, faz-nos querer viajar ainda mais vezes, mesmo que isso implique momentos tão ou mais difíceis.

quarta-feira, outubro 18, 2006

Noite em Outubro




Numa noite em Outubro, com as primeiras chuvas, permanecemos em casa, saboreámos o que o nosso paladar aprovou, abrimos um vinho Alentejano, ligámos o “nosso” som e deixámo-nos ir, para onde quer que fosse, sem limites. Lá fora ouvíamos a trovoada, o que nos libertou de certa forma, para locais longínquos do nosso espaço, algures no tempo, dentro dum mesmo pensamento.

A chuva, curiosamente, fez-me lembrar um dia de Verão que eu resolvi parar o carro e puxei-te para dentro do jardim, seriam talvez umas 4 da manhã, quem sabe… Ele esperava-nos no carro e nós fugíamos dos jactos de água. Ele espera tudo… Tu gritavas de euforia ou, quem sabe, do teu estado embriagado, e eu puxava-te. Por fim, ficámos molhadas e sem folgo.. Será que haverão mais dias como aquele?

Numa noite em Outubro, meu amor, espero-te ansiosamente, os meus lábios roxos do tinto encontram os teus e por fim, após uma longa espera, adormecemos ao som da trovoada e à luz das polaróides.

segunda-feira, outubro 16, 2006

An Inconvenient Truth


As pequenas acções que podem salvam o nosso planeta em http://www.climatecrisis.net/takeaction/

sexta-feira, outubro 13, 2006

Viajar




"Viajar é como estar sentado diante de um quadro que actua sobre a pessoa como um pano de fundo, a enquadra e dá uma direcção à sua viagem. Também se poderia pensar (experienciar) como um estado em que espaço e tempo se diluem um no outro. Sente-se a viagem como uma paralisação, uma constante, um caos, que surge com uma determinada precisão que não é, contudo, percepcionada como verdadeira devido à passividade do viajante. Este regista e recolhe o que experiencia. O efeito interior dos seus conceitos éticos determina aquilo que ele procura na viagem."

Luc Tuymans, Caderno de apontamentos 3, 1978

terça-feira, outubro 10, 2006


"Mas a grande pergunta a fazer é, evidentemente:
Quando amamos alguém, ou melhor, nos apaixonamos por alguém, porque é que nos apaixonamos verdadeiramente?
É uma ideia da pessoa amada, ou é a pessoa propriamente?
Talvez só sejamos acapzes de viver com as nossas ideias. Talvez sejam sempre as nossas ideias que amamos."

in A Morte de Um Apicultor de Lars Gustafsson

terça-feira, agosto 29, 2006

Crocodilo vegetariano


O crocodilo vegetariano nada livremente na piscina grande e redonda. Observo-o de longe. Alguns rapazes saltam para a piscina em busca de tocar no seu corpo, coberto de escamas. O corpo deste dócil animal é acarinhando e este parece estar a desfrutar de todas estas carícias. No entanto, o crocodilo vegetariano revira-se e magoa violentamente um desses rapazes. O rapaz é retirado imediatamente da piscina.

Eu sigo em frente para procurar a minha mala, talvez tenha recebido a tal mensagem no meu telemóvel. Espero-a com tanta ansiedade…

Entramos os dois no edifício, a nossa cumplicidade neste dia é inexplicável… se ao menos os nossos olhos falassem talvez estivéssemos na condição de verbalizar um prazer sublime ou o sabor das nuvens nos dias de chuvas de estrelas. Eu subo até ao terceiro andar mas escadas de madeira não têm corrimão. Assusta-me esse facto, pois tenho vertigens. Tento desviar-me dos vasos e desequilibro-me. Ele olha para mim e deseja fortemente o meu equilíbrio. Eu procuro-o sem saber o que me espera a seguir…

quinta-feira, agosto 17, 2006

Longo Agosto


Acordo... mais um dia à minha espera. Cansada, de uma noite dividida entre sonhos e histórias reais, abro os olhos devagarinho e penso que este vai ser mais um desses dias deste interminável Agosto. Depois, bem sei que o Setembro vai voar…

Nesta tarde, deste longo Agosto, abro as janelas e deixo o vento entrar, deito-me no chão, meto os auscultadores e recordo todos os Agostos que passaram a correr, cheios de boas recordações.

quinta-feira, julho 20, 2006

Choices


There are two paths. One that you already know and the other one might take you longer that you expect.

You ask me which way I would choose. I answer that it would depend on my mood.

Then you laugh and you answer that it would depend on how much time you have left to do it.

Your answer was emotive and mine was rational, you said…

(12 de Junho de 2006)

segunda-feira, julho 03, 2006

The Mess We're In









"Night and day
I dream of
Making love
To you now baby
Love making
On screen
Impossible dream
And I have seen
The sunrise over the river
The freeway
Reminding of
This mess we're in
And ooooh..."

quarta-feira, junho 28, 2006

Santiago,

Passei as noites em claro, caminhando na praia junto ao mar, na esperança de ver o teu esquife e, naturalmente, de te voltar a encontrar…

sábado, junho 24, 2006

Botão Interno

Perante tal atrocidade, que te vai desgastando e corroendo interiormente, foi-te aconselhado que deverias ter a capacidade de descobrires o teu botão interno, com apenas dois sentidos, o de on e o de off. Confesso que deve ser difícil incorporar este conceito e passá-lo à prática especialmente com acontecimentos que, de uma forma ou de outra, te encontras mais ligada em termos afectivos e emocionais.

Assim, sentada naquela mesa redonda, olhavas-me com olhos contidos de uma expressão de vivências amargas e dolorosas e eu olhava para ti com sentimentos de inutilidade e incapacidade para te ajudar. Tu, progressivamente, tentavas ir ao encontro do cerne das tuas questões pessoais e eu seguia-te atenciosamente.

Disseste-me, então, que tinhas a capacidade de ligares o teu botão interno sempre que assim o desejavas, mas eu conseguia ver através da tua expressão que, mais uma vez, te estavas a iludir.

segunda-feira, junho 19, 2006


Temos amigos tão fiéis, que penetram nos nossos sonhos, sem darmos por isso e impedem um beijo doce de traição.

quarta-feira, junho 14, 2006

Abacamento


Estou triste... a minha semente de abacate não despertou, ficou adormecida de tal forma que eu vi-me obrigada a deixa-la partir...

segunda-feira, junho 12, 2006

Em todas as ruas te encontro


Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco

Mário Cesariny

sexta-feira, junho 09, 2006

Congro


Porque é que me cortaram o cordão umbilical? Se era meu, se estava pregado em mim, se era através dele que eu vivia, que funcionam os meus órgãos vitais, porque não me pediram autorização se o podiam retirar?

Assim, quando perdi a minha carapaça e o congro se aproximou devagarinho, com palavras doces e gestos carinhosos, tive muito medo. Nesse instante senti a falta do meu cordão umbilical, que me protegia em todas as ocasiões, perante todos os perigos.

E agora, como sair desta situação? Porque é que aqueles que me cortaram o cordão umbilical não me deixaram um livro de instruções para momentos como este? Deixando-me, insensivelmente, numa situação destas…

sexta-feira, maio 26, 2006


Parei algures num tempo que persiste em continuar… A escrita tem sido fundamentalmente de carácter científico, pouco tempo me sobra para sonhar e divagar por entre mundos lançados estranhamente ao acaso.

Nas horas vagas, encontro-me com Caeiro e ambos gratificamos o milagre da natureza, ao vermos as plantinhas a romper o solo e a desenvolverem-se. Admiro-o pela sua ingenuidade e ele ensina-me exactamente isso, a aprender a valorizar os aspectos simples da vida.

sexta-feira, maio 12, 2006



Como distingo a realidade dos meus sonhos da ficção do meu quotidiano?

domingo, maio 07, 2006

Inconformismo




Tinha passado alguns meses ao seu lado, talvez anos, o tempo para mim não era o mais importante. Partilhavamos quase tudo, as nossas ideias, os pensamentos mais íntimos, as nossas roupas, a almofada do sono e o nosso estado de tristesa e melancolia ou de alegria e satisfação.

Viviamos felizes ou eu achava que era o mais próximo desse conceito, pois nunca consegui compreender muito bem a concepção dessa palavra.

Mas, conforme os dias passavam, a rotina ia destruindo irremediavelmente a nossa indivisibilidade, ele tinha apanhado alguns dos meus vícios, os quais eu não conseguia suportar em mim própria e muito menos nele. Sim, essa era uma das minhas grandes fraquezas. Passámos a fazer e a gostar das mesmas coisas, sem nunca nenhum de nós evitar os hábitos criados.

Passados anos sem nos vermos resolvi telefonar-lhe. Passei pelo seu escritório, como combinado, mas em vez de ficar à porta do edifício à sua espera, decidi subir. Entrei no seu escritório e reparei que aquelas paredes estavam totalmente preenchidas com fotografias do nosso passado em comum.

sexta-feira, abril 28, 2006

Rumo


Hoje sonhei contigo, há meses que tal não me acontecia. Apareceste de entre uma multidão, que caminhava numa rua estreita e comprida. Caminhavam de forma apressada, com uma direcção específica mas sem olharem para a frente, como se soubessem este percurso de cor. Eu, entrara errante naquela rua e, como geralmente faço, observava os olhos destas pessoas apressadas, tentando adivinhar o seu estado de humor e desta forma, imaginar as suas vidas.

Tu olhaste para mim, estavas a uns escassos metros à minha frente. A minha expressão mudou, fiquei pálida, pois não contava que estivesses ali, naquela rua. Havia tantos meses que não te via...Virei-me de costas para ti e comecei a correr sem rumo específico, até ficar sem folêgo...


Escrito ao som de "Why?" de Lou Rhodes

quarta-feira, abril 26, 2006

Acepção

" Só quando as portas estão abertas é que o vento pode circular livremente numa casa"

in O Naufrágio de Rabindranath Tagore (livro do momento)

quinta-feira, abril 20, 2006

Missing...


"Like a soul without a mind, In a body without a heart, I'm missing every part"

quarta-feira, abril 19, 2006

Sorriso



Todas as tardes, quando me dirijo para lá e passo pela mercearia de portas amarelas, olho para o seu interior em busca do teu sorriso. Na maioria dos dias, tento espreitar de forma discreta para ver se te encontro algures perdido entre a azáfama de corpos apressados com vidas agitadas e dos produtos expostos que tens para oferecer.

Num daqueles dias de tempestade, quando a chuva parece não querer cessar e o vento sopra com tal intensidade que quase nos faz levantar vôo, vi-me obrigada a refugiar-me, durante algum tempo, à porta da tua loja. Permaneci calada, fria e paralisada, talvez fruto da minha vergonha perante esta situação inesperada. Esperei, angustiada, que o tempo me deixasse partir em busca do meu destino.

Hoje, fruto de um “estranho acaso”, vi-me obrigada a entrar na tua mercearia. Adquiri algumas frutas, pois o meu estômago parecia não querer aguentar mais nada. Percebi nesse momento que, para além do encanto do teu sorriso, a forma subtil do teu corpo, e a tua voz... me fez estremecer como um ser indefeso.

terça-feira, abril 11, 2006

A viagem


Senti-me como uma fugitiva. Não fazia sentido ficar parada, precisava continuar. Elas queriam parar, mas eu sabia que ainda havia muito mais para descobrir, percorrer caminhos incertos e talvez sombrios em busca de algo que, à partida, nos era totalmente desconhecido.

Não, não podia parar. Elas decidiram não avançar mais. Despediram-se de mim, abraçaram-me e desejaram-me uma boa viagem. Não olhei para trás porque, entretanto, escorria-me uma lágrima pela face e eu não queria dar parte fraca. Respirei fundo, olhei em frente e continuei a seguir o meu percurso, o sol entrava lentamente na terra e eu ainda tinha um longo caminho pela frente…

terça-feira, abril 04, 2006

Espera



Uma situação de vulnerabilidade levada ao extremo, faz-nos sentir desprovidos de tudo o que pensamos ter como adquirido e são nestes momentos que nos apercebemos que nada nos pertence.

O corredor é frio e cinzento. Olho em redor. A senhora do roupão cor-de-rosa chora em surdina, à sua direita, numa maca, um rapaz permanece deitado à espera do infinito. À minha esquerda sinto um olhar distante e vazio. Este pequeno espaço reúne um sentimento que é comum, apesar da nossa suposta diferença. Encontro um olhar triste e desolado em cada um deles e uma expressão infeliz. Eu tento escrever para me abstrair desta realidade.

À entrada deparei-me com várias macas que quase não me deixavam passar. É difícil deparar-me com esta realidade, como que uma exposição de velhos vulneráveis, abandonados, ao acaso do destino, de corpos que lutam contra a morte.

A senhora de roupão cor-de-rosa volta a chorar quando a enfermeira chama o seu nome. Todos olham para ela.

Quero sair daqui e sentir de novo o calor do sol e o cheiro a Primavera.

segunda-feira, abril 03, 2006

Frida Kahlo



A sensibilidade que é exposta nas telas de Frida Kahlo atinge a susceptibilidade dos que se deixam envolver no melancólico e doloroso percurso de vida da pintora. A sua pintura representa a fragilidade e as emoções que a acompanharam durante a sua vida, composta por episódios de dor e de sofrimento.

Dos seus olhos vertem lágrimas dificeis de conter, contudo a expressão do seu rosto não deixa transparecer o sofrimento causado pela sua incapacidade. No peito cravam-se os pregos da amargura, de uma vida cheia de grande sofrimento tanto a nível físico como psicológicon e que, cada vez mais, se torna dificil de suportar. A exposição da doce nudez do seu corpo expõe a fragilidade e debilidade em que se encontra.

Assim, presa na sua própria condição Frida Kahlo leva-nos a conhecer um pouco do seu mundo, através da combinação das cores, do espaço e da expressão de uma vida sentimental composta pelos dissabores do seu amargo destino.

segunda-feira, março 27, 2006

"As minhas maravilhas"



Porque é que o ser humano é tão egoísta?

Não conseguiu ir mais além? Limitou-se a pensar que o termo “maravilha” só poderia ser fruto da sua própria criação. Na sua perspectiva as 7 Maravilhas do Mundo foram criadas por si: pela sua sabedoria, conhecimento e invenção.

Falarei agora da minha perspectiva, das 7 Maravilhas do meu Mundo, pois também sou um ser egoísta, já que sou humana.

Tenho vivênciado, ao longo da rotina dos meus dias, das minhas viagens e das conversas com os bons amigos, aqueles que partilham a riqueza e diversidade das suas vidas, que as maravilhas do mundo são naturais, puras e simples. Considero que a beleza de um sorriso sincero, o nascer do sol ao sabor do silêncio do deserto, a cumplicidade de um olhar, o som do mar agitado de Inverno, a alegria de um reencontro e a doçura de um beijo são pequenas maravilhas mas que, no fundo, me preenchem de forma profunda e intensa.

quinta-feira, março 23, 2006

Serão 7?




Serão 7? Quem as definiu? como? porquê?
tentei fazer algumas pesquisas sobre as 7 Maravilhas do Mundo...

wikipédia: "As sete maravilhas do mundo antigo são as mais belas e majestosas obras artísticas e arquitetônicas erguidas durante a Antiguidade Clássica. Das sete maravilhas, a única que resiste até os dias atuais quase intactas são as Pirâmides de Gizé, construídas há mais de cinco mil anos."

Quais serão as 7 maravilhas contemporâneas, aquelas que conseguiram resistir à crueldade do ser humano?

(Fica a pergunta em aberto)

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Destino


A noite foi estranha, mais uma vez, esquivos fragmentos fizeram-me despertar.

Encontrei-te, esta noite, na imensidão do meu silêncio. Disseste-me que ias partir em breve. Fiquei muda e não verti uma lágrima. Não tive capacidade de identificar os meus sentimentos naquele momento. Então, fiz questão que vocês se conhecessem. Ela estava fabulosa como sempre…

Mais tarde brindámos à minha partida mas não consegui ouvir o meu destino. Seria o teu?

domingo, fevereiro 19, 2006

Se tanto me dói que as coisas passem


Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem

Sophia de Mello Breyner Andresen

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Angústia


Há anos que não tinha descanso. Sonhava todas as noites. Acordava transpirada, com a pulsação a disparar e com alguma repulsa de si própria. Ainda assustada, olhava para ele e tentava aninhar-se no seu corpo em busca de algum conforto.
Durante todos estes anos nunca fora capaz de lhe contar os seus sonhos, tinha vergonha se si própria e tinha receio que os sentimentos dele mudassem. Assim, vivia sufocada pelos seus próprios medos.
Estes sentimentos afectavam-na de tal forma que aos poucos o seu olhar foi-se tornando frio e distante. Quando ele tentava encontra-lo, ela fugia, com se procurasse alguma coisa no infinito, no vazio da sua existência.
A angústia provocada pelos seus sonhos fazia com que cada vez se distanciasse da vida a dois, chegava tarde a casa, em busca que ele estivesse a dormir…
Certa noite, deixou de conseguir suportar a dor que sentia, estava sem forças para prosseguir. Saiu de casa e percorreu atormentadamente as ruas da cidade, precisava de se libertar dos seus próprios pensamentos que, no seu ponto de vista se prendiam irremediavelmente a sua própria traição. Descalça, aproximou-se e enfiou-se dentro daquela cama, daquele homem da rua, pensando ser assim a única forma de acabar e resolver o seu problema.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

(Des)encontrado... (II)





Este foi um dos livros que mais me marcou. Li-o num momento importante da minha vida, no qual me questionava até que ponto não perdemos a nossa identidade quando nos envolvemos emocionalmente e afectivamente com alguém.
Nessa altura olhei à minha volta e verifiquei o quanto algumas pessoas se haviam modificado.
Fiquei triste, a sua identidade estava perdida algures no seu interior...

Sinopse

"Chantal e Jean-Marc vivem juntos em Paris, e amam-se tanto que por vezes parecem confundir-se. Há situações em que, por um instante, nenhum dos dois se reconhece, em que a identidade do outro se dissolve e em que, por tabela, cada um duvida da sua própria identidade. Todo aquele que ama, todo aquele que faz parte de um casal, já alguma vez experimentou essa sensação, porque o que mais teme no mundo quem ama é "perder de vista" o ser amado. Pouco a pouco, é isso que acontece a Chantal e Jean-Marc. Mas em que instante, diante de que gesto, em que circunstância precisa começa esse processo aterrador? É nesse momento de pânico que Kundera agarra o leitor, obrigado a mergulhar no labirinto que o próprio casal percorre e a cruzar, como ele, a fronteira entre o real e o irreal, entre o que ocorre no mundo exterior e o que, solitariamente, elabora uma mente dominada pela insegurança. Como seguindo o fio de um início projecto de largo alcance, que parece iniciar-se com A Imortalidade, Kundera volta a abordar um tema essencial da nossa época, fazendo-o inesperadamente, desta vez, sob a forma de um romance de amor."

Espero um conselho relativamente a um livro que também tenha tido impacto positivo ou negativo...

(Des)encontrado...


Há um ano li um livro, pelo qual me apaixonei. Os meses que se seguiram foram preenchidos por um vazio que eu não conseguia suportar. Andei vários meses em busca do livro perfeito, mas não o conseguia encontrar. Percorri os livros das minhas prateleiras, lendo apenas as primeiras páginas e, seguidamente abandonava-os, colocando-os novamente na estante. Não estava no momento adequado para iniciar aqueles livros. A leitura de um determinado livro, faz mais sentido, quando vem ao encontro de um momento específico da nossa vida ou, então, quando vamos nós ao seu encontro…

Assim, todas aquelas personagens foram ficando pendentes… Algumas ainda se devem sentir angustiadas ou deprimidas pois o enredo da sua vida ainda não foi desenvolvido. Por vezes, durante a noite, oiço ruídos no fundo da prateleira e para as acalmar, digo em voz alta, “ainda não chegou o nosso momento”.

sábado, fevereiro 04, 2006

The night




"unknown the unlit world of old
you're the sounds I've never heard before
off the map where the wild things grow
another world outside my door
here I stand I'm all alone
driving down the pitch black road
Lilah you're my only home
and I can't make it on my own"

esta deixa sempre um rasto de saudade do pôr do sol e uma lágrima salgada

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Procura-se sonhador


De entre as minhas intermináveis e incansáveis buscas na biblioteca, agarrei um livro cujo título me suscitou alguma curiosidade. Tirei-o da prateleira e comecei a desfolha-lo.
Na última página encontrei uma folha com o registo de um sonho de alguém.
É invulgar ler o sonho de uma pessoa que não conheço mas com quem partilho o mesmo interesse, mesmo que isso diga respeito ao seu passado e que corresponda ao meu presente.

Aqui fica o registo, espero que o sonhador não se importe:


“Sonho dia 24.11.05

Olhei para a porta do quarto e estava arrombada, entre e vi que tinha sido assaltado… mas tudo estava remexido, desarrumado. Aproximei-me da janela e comecei a ver umas marcas no vido, de letras, frases “Nunca me entreguei a ninguém como a ti! Amo-te!”. O quarto não tinha sido assaltado, apenas remexido. Estava tudo fora do sítio. Em cima da cama havia um álbum cujo fundo era o filme “Os Pássaros” de Hitchcock.”

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Tarde demais



Encontrei-te num desses dias por um acaso e tentei, erradamente, descobri-te e desvendar alguns dos teus mistérios. A tela dos teus segredos, remetia-me para um domingo coberto de suaves tonalidades de sol e de mar mas a minha relação com as cores, nesse passado longínquo, era nula e inexperiente. Nessa altura não sabia apreciar o som do mar nos dias de Inverno.

Esta tua doce sensibilidade que me adoçou e consolou de início foi, com o passar dos dias, atormentando irremediavelmente a minha existência pois não me conseguia abstrair nem libertar dos sentimentos de um final próximo e triste.

Senti que era tarde demais.

segunda-feira, janeiro 23, 2006


"... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."

Miguel Sousa Tavares

quarta-feira, janeiro 18, 2006

"1900 dias depois"




Não há muitas razão para escrever... Há um dia após o outro, preenchido de pensamentos, de conversas banais mas necessárias, de corridas contra o tempo. Acordo num desses dias, “1900 dias depois”... Ou serão 1400? Perdi-me algures no tempo.
Acordo num desses dias, exausta de toda uma noite passada ao sabor de estranhos fragmentos que não me deixam dormir. Encontrava-me algures num mar agitado que chorava. Desconfortada, procurava-te, mas já havias partido. De repente viajei para uma dimensão desconhecida, onde encontro alguém que nunca conheci mas que me confortava com histórias vividas em comum as quais eu desconhecia.