quarta-feira, dezembro 19, 2007
domingo, novembro 18, 2007
quarta-feira, novembro 07, 2007
O peso dos dias
Isto tudo para me questionar se te conseguirei ver a um domingo. Depois da carga que este dia transborda sobre o meu estado de espírito, não será meio caminho andado para que os meus e os teus planos saiam furados?
segunda-feira, novembro 05, 2007
A criança que não queria falar
A criança que não queria falar é o título do livro que retrata a relação entre uma criança e uma professora de ensino especial. Esta criança tem uma vida caracterizada por uma série de problemáticas, tais como, o abuso sexual, negligência por parte dos progenitores e o facto de pertencer a um contexto sócio-económico bastante precário. Os laços afectivos que estabelece com esta profissionais vão alterar, significativamente a forma como se relaciona com o mundo exterior.
Este livro não é nenhuma obra prima em termos literários, mas aconselho a todos aqueles que partilham o gosto pelas questões da área social.
Torey Hayden nasceu em 1951, nos EUA. Possui formação e uma longa experiência nas áreas da psicologia e educação e tem trabalhado sobretudo no ensino especial. A partir de 1979 começou a escrever as suas experiências como educadora, que deram origem a vários bestsellers.
in http://www.torey-hayden.com
quinta-feira, novembro 01, 2007
O meu primeiro do Agualusa
"Félix Ventura escolheu um estranho ofício: vende passados falsos. Os seus clientes, prósperos empresários, políticos, generais, enfim, a emergente burguesia angolana, têm o futuro assegurado. Falta-lhes, porém, um bom passado. Félix fabrica-lhes uma genealogia de luxo, memórias felizes, consegue-lhes os retratos dos ancestrais ilustres. A vida corre-lhe bem. Uma noite entra-lhe em casa, em Luanda, um misterioso estrangeiro à procura de uma identidade angolana. E então, numa vertigem, o passado irrompe pelo presente e o impossível começa a acontecer. Sátira feroz, mas divertida e bem humorada, à actual sociedade angolana, O Vendedor de Passados é também (ou principalmente) uma reflexão sobre a construção da memória e os seus equívocos."
quarta-feira, outubro 31, 2007
Submissão
domingo, outubro 28, 2007
Teoria dos seis graus de separação
A Teoria do Mundo Pequeno ou dos Seis Graus de Separação, foi proposta a partir do estudo cientifico de Standley Milgram.
A partir deste estudo, criou-se o mito de que, no mundo, são necessárias no máximo seis laços de amizade para que duas pessoas quaisquer estejam ligadas. No estudo, feito nos Estados Unidos, procurou-se, através do envio de cartas, identificar o números de laços de conhecimento pessoal existente entre duas pessoas ao acaso. Cada pessoa recebia uma carta identificando a pessoa alvo e deveria enviar uma nova carta para a pessoa identificada, caso a conhecesse, ou para uma pessoa qualquer de suas relações que tivesse maior probabilidade de conhecer a pessoa alvo. A pessoa alvo, ao receber a carta, deveria enviar uma carta para os responsáveis pelo estudo.
in http://pt.wikipedia.org/wiki/Seis_graus_de_separa%C3%A7%C3%A3o
sábado, outubro 27, 2007
sábado, outubro 13, 2007
domingo, setembro 30, 2007
quarta-feira, setembro 26, 2007
domingo, setembro 02, 2007
Livros
E já que estou numa de cultura, os livros que mais gostei...
1. A Identidade - Milan Kundera
2. Ensaio Sobre a Cegueira - José Saramago
3. As Vinhas da Ira - John Steinbeck
4. A Pérola - John Steinbeck
5. A Um Deus Desconhecido - John Steinbeck
6. A Metamorfose - Franz Kafka
7. O Velho e o Mar - Ernest Hemingway
8. A Vida e o Tempo de Michael K. - J. M. Coetzee
9. O Perfume - Patrick Suskind
segunda-feira, agosto 13, 2007
Cinema
Rodrigo Leão inspirou-se nas seguintes obras cinematografias para a composição do seu álbum “Cinema”:
02. Rosa
03. Lonely Carousel
04. A comédia de Deus
05. Jeux D’amour
06. Memórias
07. A Cidade Queimada
08. Deep Blue
09. Uma história simples
10. Hapiness
11. O Último Adeus
12. La Fête
13. A Estrada
14. L’inspecteur
15. António
O alinhamento do meu álbum seria composto pelos filmes que mais me têm emocionado e tocado ao longo da minha existência. Confesso, que o impacto que estes têm sobre mim, depende muito da minha sensibilidade naquele específico momento. A escolha foi difícil:
02. Le Fabuleux Destin D’Amélie Poulain
03. Lost in Translation
04. Primavera, Verão, Outono, Inverno… E Primavera
05. The Shawshank Redemption
06. Cidade de Deus
07. Out of Africa
08. One Flew Over the Cuckoo’s Nest
09. The Elephant Man
10. The English Patient
11. American Beauty
12. Hable com ella
13. Mar Adentro
14. Dancer in the Dark
15. Babel
quarta-feira, agosto 08, 2007
A minha Nuvem
Mais tarde, nem os teus braços consoladores me confortaram.
Em mim, restou apenas o sabor a sal num local desconhecido.
sexta-feira, agosto 03, 2007
"Desinspirado"
quarta-feira, agosto 01, 2007
sexta-feira, julho 27, 2007
O Principezinho
" - Tenho uma vida terrivelmente monótona. Eu caço galinhas e os homens caçam-me a mim. As galinhas são todas parecidas umas com as outras e os homens são todos parecidos uns com os outros. Por isso, às vezes, aborreço-me muito. Mas, se tu me cativares, a minha vida fica cheia de sol. Fico a conhecer uns passos diferentes de todos os outros passos. Os outros passos fazem-me fugir para debaixo da terra. Os teus hão-de chamar-me para fora da toca, como uma música. E depois, repara! Estás a ver aqueles campos de trigo ali adiante? Eu não gosto de pão e, por isso, o trigo não me serve para nada. Os campos de trigo não me fazem lembrar nada. E é uma triste coisa! Mas os teus cabelos são da cor do ouro. Então, quando tu me tiveres cativado, vai ser maravilhoso! O trigo é dourado e há-de fazer-me lembrar de ti. E hei-de gostar do som do vento a bater no trigo..."
in O Principezinho de Antoine De Saint-Exupéry
segunda-feira, julho 16, 2007
sweet lips
domingo, julho 15, 2007
Concerto dos Arcade Fire
Para os que, tal como eu, não tiveram a oportunidade de se deslocar ao Parque Tejo no passado dia 3 de Julho para ver os Arcade Fire, encontram-se disponibilizados alguns momentos do concerto no seguinte blog:
http://youcloseyoureyes.blogspot.com/
(obrigada Tiago)
sábado, junho 30, 2007
Route 66 / Estrada 66
A 66 é o caminho de um povo em fuga, a estrada dos refugiados das terras da poeira e do pavor, do trovejar dos tractores, dos proprietários assustados com a invasão lenta do deserto pelas bandas do norte e com os ventos que vêm ululando aos remoinhos do lado do Texas, com as inundações que não traziam benefícios às terras e ainda acabavam com o pouco de bom que ainda possuíam. De tudo isso os homens fugiam e encontravam-se na estrada 66, vindos dos caminhos tributários e das estradas sulcadas de calhas e de marcas fundas de rodas, que cortavam todo o interior. A 66 é a estrada-mãe, a estrada do êxodo. "
quinta-feira, junho 28, 2007
segunda-feira, junho 25, 2007
Crónica do Pássaro de Corda
Toru Okada, eu procurava-te diariamente pois também me sentia um pouco perdida. Identifiquei-me contigo e, talvez por isso me sentisse tão perto de ti. Parecia que a nossa distância, apesar das vivências e mundos tão dissemelhantes, não tinham qualquer importância naquela altura pois, bem sei que a ambos pertenciam o mesmo tipo de problemas e que suscitavam os mesmos sentimentos.
Também eu saí de casa em busca do que não tinha, também eu falei com estranhos e acreditei neles pois, pensei que me traziam o meu futuro. Também eu me iludi e desiludi com a vida e deixei de conseguir distinguir entre o real e o ilusório.
E os meus Pássaros de Corda também me vinham visitar todas as manhãs…
sexta-feira, junho 22, 2007
Sexta-feira à noite
"Sexta-feira à noite
os homens acariciam o clitóris das esposas
com dedos molhados de saliva.
O mesmo gesto com que todos os dias
contam dinheiro papéis documentos
e folheiam nas revistas
a vida dos seus ídolos.
Sexta-feira à noite
os homens penetram suas esposas
com tédio e pênis.
O mesmo tédio com que todos os dias
enfiam o carro na garagem
o dedo no nariz
e metem a mão no bolso
para coçar o saco.
Sexta-feira à noite
os homens ressonam de borco
enquanto as mulheres no escuro
encaram seu destino
e sonham com o príncipe encantado."
Marina Colasanti
sábado, junho 16, 2007
with you
"With you I felt love
With you I felt the pain
With you I was me
And a bit of you too
Inhaling and being inhaled
In an all or nothing situation
If I tried to say no
My heart said yes
If I tried to disguise it in my voice
My eyes gave me away
And so we became one
In a mad love of so no limits
Had to let"
My love go
To let it go
...recordando os sons do final da minha adolescência, magicamente ritmados e sonoramente doces, os quais têm perdurado ao longo dos anos e que ainda me conseguem deixar em êxtase...
quinta-feira, junho 07, 2007
A culpa
Recordo que corri para ele ou talvez não, mas é assim que o evoco. Eu sabia que, eventualmente e mais cedo ou mais tarde, acabaria por desabafar o assunto com ele. Sentei-me cabisbaixa e com o decorrer da conversa fui confessando o sucedido. Ele escutava-me atenciosamente. Por fim, após este desabafo, que não teimava em abandonar os meus pensamentos e pelo qual eu me sentia infinitamente culpada, esperei o seu juízo final e pelas suas palavras recriminatórias.
Ele nada disse. Eu perguntei se ele não iria criticar as minhas acções. Ele respondeu que não, porque não era a entidade divina e errar era humano. Depois, olhou para mim e concluiu que a culpa que eu carregava sobre mim já era mais que suficiente e que seria cruel ele ser mais um a sufocar-me.
sábado, junho 02, 2007
wasting time
"i dont pretend to know what you know
now please dont pretend to know whats on my mind
if we already knew everything that everybody knows
we would have nothing to learn tonight
and we would have nothing to show tonight
but everybody thinks that everybody knows
about everybody else but nobody knows
anything about themselves,
because theyre all worried about everybody else"
Jack Johnson
domingo, maio 27, 2007
terça-feira, maio 22, 2007
Sim, sou. Sou.
Sim, sou. Sou.
Ao que eu te respondo, é tão difícil escrever, é tão difícil ser…
E tu dizes, a última vez que escrevi, fiquei-me pelas duas linhas.
Bem, eu não questiono que linhas são essas, afinal de contas o meu egocentrismo não está para aturar esse tipo de coisas neste momento.
Ele achou demasiado complicado. Mas o quê? Questiono-me, no entanto não consigo perguntar.
Eu falho-lhe do sal, daquele que me escorre por instantes pelo meu rosto.
Ele questiona-me sobre esse sal mas eu dou uma resposta evasiva, porque não o posso fazer de outra forma, é-me demasiadamente pessoal.
Despeço-me dele. Vejo o xadrez e desligo-me do mundo.
segunda-feira, maio 21, 2007
A envolvência do teu mar
Respirar, era exactamente isso que eu precisava.
Respirar como da primeira vez que vim ao mundo, inspirar o ar e à minha volta e ainda na água, mas não foi sempre assim? A água que me envolveu e me deu o conforto que eu mais precisava. Hoje é tudo tão diferente! Eles deixam-me perder o folgo.
Naquele dia de Verão, eu sentia a água. Tu não te preocupavas, porque conhecias o teu infimamente profundo, e eu lá estava à espera de mais. Eu ouvia-as e sentia-as e tu vibravas com todas elas e juntas vivíamos aquela emoção, que nunca mais me pertenceu. Talvez aconteça quando a outra dimensão nos contemplar, ou talvez não. Serão os nossos pecados demasiado nefastos que não nos deixarão chegar ao fim do mundo?
No fundo, naquele que eu senti conhecer mas na realidade não conheci, contemplando tudo aquilo que perdi durante a tua e a minha ausência e, talvez seja isso que, no final, eu reconheça que me faltou. Abraço-te envolventemente e de forma carinhosa, respiro, sinto aquele cheio da tua brisa, aquela que me faz sentir saudades e sussurro ao teu ouvido, “sempre estive aqui, mesmo quanto tu não me conhecias”…
quinta-feira, maio 17, 2007
Dull Flame of Desire
"I love your eyes, my dear
their splendid, sparkling fire
when suddenly you raise them so
to cast a swift embracing glance
like lightning flashing in the sky
but there's a charm that is greater still:
when my love's eyes are lowered
when all is fired by passions kiss
and through the downcast lashes
I see the dull flame of desire"
Dull Flame of Desire, Volta, Bjork
Palavras para quê???
terça-feira, maio 15, 2007
The Last Kiss
Have you ever longed for more?
Have you ever wanted to escape?
in http://www.lastkissmovie.com/
O filme não é excelente mas dá que pensar. A banda sonora é perfeita (Snow Patrol, Coldplay, Fiona Apple, entre outros) ;)
terça-feira, maio 08, 2007
Chave
sexta-feira, maio 04, 2007
quinta-feira, maio 03, 2007
A Fórmula
Olhei em redor, não conseguía descobrir de quem era. Talvez porque ninguém se acusava. Elas estavam sorridentes e as conversas continuavam as mesmas, iguais a tantas outras que em tempos me havia apertado naquele espaço. O chão variava entre o preto e o bordeaux, a mesa redonda de centro combinava com as linhas do sofá. O design estava fantástico e fazia-nos sentir confortáveis. Alguém me perguntou sobre o livro. Eu disse-lhes o título, mas sem grandes esperanças que o fossem ler. Elas diriam que não teriam tempo para esse tipo de leituras. Eu olhei para ela e os seus olhos doces brilhavam.
Não me conseguía concentrar, por mais que tentasse. Ele estava próximo e iria começar com todo o tipo de perguntas. A minha cabeça estava algures que não ali. Aquela fórmula simplesmente não queria fazer parte de mim. Mais uma vez, eu sairia esgotada daquele sítio e com vontade de me isolar ou partir em busca de um lugar distante. Senti que já não o via há muitos anos. Ele olhou para mim e disse, novamente, “a fórmula, vais precisar dela”. Reparei que estava envelhecido e a sua alma tinha algo que eu desconhecia, talvez o mundo que entretanto vivera do qual eu já não fazia parte. Eu sentia-o confuso, esgotado e com um lado bastante obscuro que tentava subtilmente esconder. “A fórmula”, disse ele.
quarta-feira, maio 02, 2007
lean
segunda-feira, abril 23, 2007
Sonhos
terça-feira, abril 17, 2007
segunda-feira, abril 16, 2007
Janela
Nessa janela sem alma, vejo-o sentado impaciente.
Tento subir para o alcançar, de alguma maneira,
Mas depois reparo que não existe uma escada, nem uma porta de entrada.
A janela está suspensa no ar, como se de um quadro surrealista se tratasse.
Mas eu há muito que não acredito.
A descer como se fossemos para lado nenhum.
E olhava-me, a pedir que eu subisse.
Um passo, dois, três.
Juntar-me a ele naquela janela sem alma.
Os dois, sozinhos, finalmente alcançados.
Os dois, finalmente.
Sem descer.
Só os dois.
escrito por Violet e autor desconhecido
quinta-feira, abril 12, 2007
Diários da Motocicleta
Este filme dá-nos um Guevara bastante diferente do que estamos habituados a pensar ou a recordar, aqui deparamo-nos com um outro lado do Che, aquele que se dedica às questões médicas e sociais com grande empenho e sensibilidade. Foi através desta viagem, deparando-se com as realidades cruas e brutas dos seus vizinhos Chilenos e Peruanos, que Guevara reflecte sobre os problemas sociais que naquele momento afectavam a América do Sul, nomeadamente sobre as desigualdades sociais e as realidades de vidas cruéis dessas pessoas. Esta viagem marca, definitivamente o seu percurso ideológico e político.
Este filme tem como pano de fundo as maravilhosas e sublimes paisagens da América do Sul, como a cidade de Buenos Aires e Bariloche (Argentina), Temuco, o deserto de Atacama, Valparaíso e Iquitos e Machu Pichu (Peru), o que nos faz querer deixar tudo para trás e partir em busca de novas realidades.
Por momentos identifiquei-me com algumas cenas do filme. Também eu costumo chegar de mochila às costas, desconhecemos completamente a cidade e as pessoas, a cultura, os valores e os sabores, no entanto é a descoberta pelo outro, com uma cultura própria e forma de vida diferente que eu mais valorizo nas minhas viagens.
É este encontro que me faz respeitar ainda mais o próximo e compreendê-lo, saborear cada momento e cada acção. É a partilha da nossa compreensão e compaixão mútua que se torna tão bonito nestas viagens. Este é um momento de aprendizagem sem igual.
quarta-feira, abril 11, 2007
quinta-feira, abril 05, 2007
Boy
A pureza do sorriso cessou, ele levantou-se e olhou para mim, mas os seus olhos já não tinham o mesmo brilho. A sua face estava pálida e os seus gestos pareciam não responder aos seus desejos internos. Era difícil para mim senti-lo assim, daquela forma, brutalmente angustiado e atormentado e, por mais que tentasse, não iria conseguir chamar pelos seus demónios, pois ainda tinha a esperança que talvez estes me revelassem algo, coisa que ele nunca iria fazer, mesmo que eu o questionasse.
domingo, abril 01, 2007
A carta
Lembra-me o som do rio que passa atrás daquela montanha.
Eu escondo-me debaixo dos meus cobertores, pois tenho medo de ser atingida.
O dia vai estar cinzento, as paredes brancas e os lençóis azuis.
Eu olho em redor…
Hoje o carteiro não vai chegar, porque tem medo da chuva.
quarta-feira, fevereiro 28, 2007
tão simples e verdadeiro...
"Muda de vida se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida, se há vida em ti a latejar
Ver-te sorrir eu nunca te vi
E a cantar, eu nunca te ouvi
Será de ti ou pensas que tens... que ser assim?...
Olha que a vida não, não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver
Olha que a vida não, não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver"
domingo, janeiro 07, 2007
Viajes
"Los viajes son una metáfora, una réplica terrenal del único viaje que de verdade importa: el viaje interior. El viajero peregrino se dirige, más allá del último horizonte, hacia una meta que ya está presente en lo más íntimo de su ser, aunque aún siga oculta a su mirada. Se trata de descobrir esa meta, que equivale a descobrir-se a sí mismo; no se trata de conocer al outro."
Javier Moro
quarta-feira, janeiro 03, 2007
Babel
Em Babel os destinos de quatro famílias com culturas dissemelhantes entrecruzam-se. Apesar dos contrastes culturais esta tela tem como pano de fundo e essa sim, é comum aos quatro cantos do mundo, momentos de grande felicidade e de profunda tristeza. Em Marrocos, junto ao Atlas, uma família tenta sobreviver à custa de uma arma para manter afastado os chacais dos ataques ao seu rebanho, em Tóquio uma rapariga surda está em profunda mágoa pelo suicídio da sua mãe e a constante discriminação relativamente à sua deficiência.
Em Babel, tudo parece ser contado de forma simples, mas na realidade há muito para ler nas entrelinhas. A forma como os ocidentais encaram as culturas diferentes há de ser sempre com desconfiança e receio. As próprias armas são percepcionadas de formas diferentes tendo em conta a cultura do país e familiar: como um hobby, de forma festiva e de defesa. A forma de agradecimento da sociedade ocidental será sempre monetária, sem compreenderem o verdadeiro significado da palavra compaixão. E a própria violência que está patente será sempre criticada da mesma forma, pois se por um lado nós, os ocidentais, nos arrepiamos quando um pai em Marrocos bate nos seus filhos como forma de castigo e punição, nos Estados Unidos uma mulher é repatriada após 16 anos para o seu país de origem. Não será este último acto de maior violência? No entanto, é o acto de violência física que condenamos, está-nos no sangue, não há nada a fazer.