A pureza do sorriso cessou, ele levantou-se e olhou para mim, mas os seus olhos já não tinham o mesmo brilho. A sua face estava pálida e os seus gestos pareciam não responder aos seus desejos internos. Era difícil para mim senti-lo assim, daquela forma, brutalmente angustiado e atormentado e, por mais que tentasse, não iria conseguir chamar pelos seus demónios, pois ainda tinha a esperança que talvez estes me revelassem algo, coisa que ele nunca iria fazer, mesmo que eu o questionasse.
Pensámos que a sua ferida interna, aos poucos se fosse curando, tentámos dar tempo ao tempo, mas rapidamente concluímos que esse entretanto já havia passado, sem ter feito qualquer diferença e que nada haveria a fazer para apagar a sua dor, angustia e mágoa. Deixei de acreditar numa solução possível, durante algum tempo, vivendo também amargurada com esse pensamento.
Sem comentários:
Enviar um comentário