Em Babel os destinos de quatro famílias com culturas dissemelhantes entrecruzam-se. Apesar dos contrastes culturais esta tela tem como pano de fundo e essa sim, é comum aos quatro cantos do mundo, momentos de grande felicidade e de profunda tristeza. Em Marrocos, junto ao Atlas, uma família tenta sobreviver à custa de uma arma para manter afastado os chacais dos ataques ao seu rebanho, em Tóquio uma rapariga surda está em profunda mágoa pelo suicídio da sua mãe e a constante discriminação relativamente à sua deficiência.
Em Babel, tudo parece ser contado de forma simples, mas na realidade há muito para ler nas entrelinhas. A forma como os ocidentais encaram as culturas diferentes há de ser sempre com desconfiança e receio. As próprias armas são percepcionadas de formas diferentes tendo em conta a cultura do país e familiar: como um hobby, de forma festiva e de defesa. A forma de agradecimento da sociedade ocidental será sempre monetária, sem compreenderem o verdadeiro significado da palavra compaixão. E a própria violência que está patente será sempre criticada da mesma forma, pois se por um lado nós, os ocidentais, nos arrepiamos quando um pai em Marrocos bate nos seus filhos como forma de castigo e punição, nos Estados Unidos uma mulher é repatriada após 16 anos para o seu país de origem. Não será este último acto de maior violência? No entanto, é o acto de violência física que condenamos, está-nos no sangue, não há nada a fazer.
1 comentário:
este é o mais sublime. o outros contam a história nua e crua, mas neste apanhas o maior conteúdo nas entrelinhas. sem dúvida que, para um ocidental, é um filme difícil.
Enviar um comentário